E de repente,
No meio de tanta gente,
O pó da madeira,
Espalhado pelo chão,
Levado pelo vento,
Zé de Pedra e sua arte,
Tornear,
Embelezar,
Os moveis do sertão.
Ao lado,
O beco de Marisa,
Quem é que nunca correu,
Com medo de assombração,
Ou ser Maluvido,
Pegar pimenta,
Pra esfregar no Zoio,
ou na venta,
de menino traquino.
Na fazenda de Jorge,
Um vaqueiro sonhador,
Quem me dera um alazã,
Nas vaquejadas das emoções,
Na descida pro açude,
Raimundo de Zé Olinto,
Com a sua Rural
63,
Desce toda gente,
Daqui pra frente vai ter que empurrar.
No sítio Santo Antônio,
Areia branca,
Coco sem fim,
Sol ardente,
Uma pinha ou graviola,
Corre e se enrola,
Antônio Abílio,
vem atrás na correria pra tomar.
Na cidade,
Ou na rua.
No balcão de um bar,
Uma vitrola,
A canção do momento,
Dona Virginia,
Em que lhe posso ajudar,
Velho barreiro,
Galinha d`agua,
Por favor pode se sentar.
Virei a página,
Veio a lembrança,
Uma correria,
Menino malvado,
Com medo de Dasdores,
Não podia ouvir,
“olha o peru!”
a doida corria até pegar.
Diz que é de São Vicente...
E guarda no coração,
Tanta gente pra contar,
Histórias sem palacetes,
Um reino encantado,
Sem rei e sem rainha,
Porque a lei era,
Dar um bolo ligado pro vizinho,
E esperar que um dia,
Você tenha que retribuir,
Lembranças.
(Ivanderlan Siqueira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário