sexta-feira, 22 de junho de 2018

Diz que é de São Vicente...(parte: 9 - Seca 1970)


Em cada prosa,
Cada um com sua história,
As dificuldades não foram incapazes,
De tirar de cada personagem,
A sua única imagem,
Vencedores do amanhã.

Se água que fervia,
A despensa vazia,
No rancho,
Uma sopa de água quente,
Talvez uma colher de açúcar,
Um pouco de farinha.

Acordar de manhã,
Sentir na alma a fadiga,
No coração um alento,
De não poder desanimar,
Pela fome, pela seca,
Tem alguém chorando em algum lugar.

Sem charrete e caminhonete,
Uma trouxa de roupa na cabeça,
Terra seca e poeira pra levantar,
Sem dinheiro pra fazer a feira,
Rapadura é doce mais não é mole não,
A seca de 70 não conseguiu derrubar.

Com um vestido de chita,
Uma casa pra arrumar,
Mulher digna e gentil,
Histórias de superar,
sair pra cantariar,
os versos daqueles dias.

Diz que é de São Vicente,
E alguém pode lembrar e contar,
Essas histórias em versos contados,
Vencer a cada manhã,
Com uma certeza,
Naquele mandacaru vai nascer uma fulô.

(Ivanderlan Siqueira)


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